quarta-feira, 30 de maio de 2007

Âmago


Aquela coisa, aquela coisa pequena que nos define e que mais ninguém sente, aperta, aperta quando por poucas lágrimas se chora de vida. A acumulação de memórias não perfura sequer a casca da romã que esconde por dentro a cor do ser. Sensações, emoções, vibrações e energias, todas a gerar turbilhões de átomos e moléculas que não tocam na molécula-mãe. Essa, perde-se num labirinto de espelhos infinito e perde-se em si mesma de tantas vezes se ter encontrado. Estica-se. estica-se até o estômago se contrair com convulsões vindas de eus invisíveis. E nela se rasga a verdade. A força na fraqueza, a solidão da vontade, o âmago.

domingo, 13 de maio de 2007


Todas as 1ªas terças-feiras do mês, há um momento de galhofa e risada em Lisboa que merece ser celebrado. As belas donzelas reunem-se não para falar do dia-a-dia, não para falar dos ruídos da vida, mas sim para falar de grandes sonhos.
É exclusivo e intransmissível...

Paixão encarcerada

Já tinha ouvido histórias sobre paixões impossíveis, romeus e julietas, tristões e isoldas, édipos e fedras. Involvidas na magia do transcendente e do trágico, sempre me soaram a uma condição humana pronta a ser revelada: uma deixa inesquecível que homanageia um valor supremo. Na vida como no teatro, as deixas são inevitáveis: imprimem carga aos actos e qualidades às personagens. Os valores supremos emanam daí como fumo que se espalha por todo o espaço, caindo sobre o público como ahhhh, era aí que se queria chegar. Só que na vida, nem tudo chega. Na vida, os labirintos existem com minotauros sempre prontos a mastigarem-nos; os campos de rosas com picos perseguem-nos, as paixões encarceradas dão-nos revelações incongruentes de valores trocados. A vida é só mesmo para quem sabe.