terça-feira, 12 de maio de 2009



FATAL , o começo e o fim de todas as coisas






Começou na terça 5 de Maio e só termina...no dia 24 de Maio. Foi a minha primeira semente da assessoria de imprensa e guardarei esta experiência entre as mais enriquecedoras de sempre. Nem sempre é fácil transmitir o espírito deste festival aos media e ao público e o FATAL é estranhamente criticado e louvado em simultâneo por ter no seu cerne o teatro universitário.
Se por um lado o teatro universitário carece de um objecto profissional e peca em termos de durabilidade e estabilidade dos grupos - características comuns a todos os grupos de teatro univeristário, a todas as associações benévolas, a todas as iniciativas não lucrativas que dependem exclusivamente de uma vontade comum e que chegam muitas vezes a mudar nem que seja uma pequena parte do mundo - por outro, o teatro universitário educa, forma, responsabiliza, torna o crescimento dos quase-adultos univeristários especial.

Foi com esta mensagem que terminou a tertúlia que seguiu o espectáculo Atentados, de Martin Crimp, do Grupo de Teatro da Nova, um conjunto de pessoas que literalmente deu a sua vida ao grupo para chegar a um ponto de coesão raro e belo que se espelhou na peça, do princípio ao fim. É por estes momentos que o FATAL de repente faz sentido: "Fizemos esta peça para o FATAL...", uma meta-meta que não é uma meta em si, mas um culminar de um trabalho que se ajusta às exigências de um timing de conclusão de um projecto.

Fará sentido então questionar o FATAL?



Apontamentos da vida
Já vai longe o domingo, mas é imperativo registar a sensação de estar numa experiência desportiva única como foi a de assistir à final do Estoril Open. Entre o silêncio exigido pelos jogadores por questões de concentração, o turbilhão de pessoas que se apressam a sentar para não incomodar mais o jogo, os gritos viris de Blake e Montañes, a surda pressão psicológica que se criou em campo aquando do 2º set, o cheiro a cigarilha vindo de um tio qualquer que por muito civilizado que se considere, não se apercebeu do incómodo que estava a criar, a organização exímia de todo o evento...
Acompanhada por um jornalista/amigo de uma agência espanhola, vi ao vivo os bastidores do jornalismo em directo, com a sala de imprensa a fervilhar de interacções, um microcosmos que me recordou o ambiente da Visão e a minha verdadeira essência de jornalista...

domingo, 10 de maio de 2009


Gota d'Água de Chico Buarque

Com a espuma dos dias como pano de fundo, em que a humanidade se une num mesmo grito pela sobrevivência, em Gota d'Água só não é igual a energia efervescente com que qualquer pessoa no mundo acede aos sentidos mais profundos da Terra. Baseado na tragédia grega Medeia, de Eurípides, nada mais arrepiante do que a catarse de sentimentos de Joana (Izabella Bicalho) que sozinha cria os dois momentos de clímax existentes ao longo de 2h30. O público expectante e resistente aplaude no final sem sair do lugar. Um momento único, histórico e revolucionário que só se deu graças à subtileza com que estes actores brasileiros completos foram conduzidos a encontrar o perfeito equilíbrio entre a sua natureza aparentemente leve e o destino trágico das personagens de Medeia. Sem palavras, obrigada Mandrake.

sábado, 9 de maio de 2009

A repentina vontade de voltar a escrever - ou parar, que neste sentido vai dar ao mesmo diálogo introspectivo - é sempre sinal de uma revolta mental a chegar ao fim, que se recompõe a cada letra, a cada emoção descrita. Num dia nublado como este, em que nem a proximidade da Feira da Ladra e do esplendoroso miradouro da Graça me arrancam de casa, oiço novos sons para recuperar da temporada cinéfila e da obsessão.
Nada melhor do que começar pelo bodyspace para encontrar tudo aquilo que perdi musicalmente nos últimos tempos.
Nada melhor do que um dia refastelado na cama para voltar sentir a vida, a cada minuto que passa.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

A poucos minutos de adormecer

Sim, eu admito, esta é apenas uma forma de passar uma borracha na última fotografia e para esquecer aquele momento tão pouco feliz da vida.

Ando perdida, ao fim de 11 dias de espiral indielisboética, em que vivi mais do que um festival e muitos princípios de muitas coisas que ainda hoje não sei o que são, sinto o corpo a quebrar, a mente a delirar, a força a ir-se com o vento de maio. Procuro o silêncio numa paz descoberta recentemente com alguém, mas até aí o silêncio me atraiçoa.

Paz, sábado, paz, domingo.
Paz.

sábado, 2 de maio de 2009



Foi assim mesmo, com a sensação de que andei a carregar o mundo às costas e que não eramos muitos a sentir o mesmo, com o estômago apertado de vontade de tornar o IndieLisboa o IndieLisboa com a marca da Nádia, seja lá o que isso significa. Penso que ficou claro, mais uma vez, no meu corpo cansado e na minha mente extenuada, que eu vou morrer cedo, que não consigo deixar de correr atrás destes desafios loucos, destes desejos incontornáveis de viver a vida em GRANDE.
Que este grande vazio que me invade agora se transforme na coragem de amanhã...