domingo, 4 de abril de 2010

Qualquer coisa

Qualquer coisa como acordar um dia e saber-me. Qualquer coisa como encontrar aquela perspectiva da vida onde nada ou tudo à minha volta pode não fazer sentido. Qualquer coisa como viver, dizem, e bem.
Este qualquer coisa é tanta coisa que não deixa espaço a pessimismos, a derrotas, a sarcasmos vãos, a palavras feias. Este qualquer coisa merece que a vida seja vivida porque sim e assim, com os olhos pregados no amanhã das coisas, com a indiferença em alerta perante as invejas e os mal resolvidos, com a sabedoria que nos diz que a intimidade ultrapassa a presença das coisas, que a presença é ilusória, que o teclado de um computador pode ser tão virtual quanto um encontro.
Porque a vida são só mesmo dois dias e porque a temos de viver com um sorriso subtil nos lábios, este qualquer coisa je ne sais quoi está por aí, onde o quisermos encontrar.
E eu encontrei-o.