segunda-feira, 27 de agosto de 2007

Encontros e desencontros


Em três dias apenas, três encontros e desencontros com pessoas que fizeram parte da minha vida no estrangeiro chegaram até Lisboa, uma de carro, outra de avião e ainda outra por email. Um sensação de retorno a um passado recente mas longíquo na frescura com que foi vivido, na leveza com que as decisões eram tomadas.

Ao olhar para o passado, vejo milhares de situações que gostava de ter visto deserolarem-se de outra forma, mas sinto que não podiam ter acontecido de outra maneira. E quando Volto atrás e tento recuperar para o meu presente tudo o que de bom do passado restou, deixo para trás sem preocupações e com alívio tudo aquilo que não foi dito, ou que foi dito e não foi compreendido. Encho-me de amor de memórias, revivo aquele segundo inesquecível com aquela pessoa inesquecível que só a mim pertence.E isso basta-me para sentir que o dia já valeu a pena ser vivido.

Será que o passado conta para aquilo que somos hoje? Ou vivemos arbitrariamente as experiências sem que elas se apoderem de nós e daquilo que somos actualmente?

domingo, 26 de agosto de 2007

Como ficar sem dedos em pouco tempo



Há poucos dias, no Japão, um militante da extrema-direita cortou o dedo mindinho e enviou-o como forma de protesto ao 1º ministro japonês por este não ter estado presente numa cerimónia que celebrava a rendição do Japão na 2ª Guerra Mundial. Para além de este ser um costume bem japonês entre os gangsteres que torturam pessoas inocentes, é uma ideia brilhante para quem quiser passar a vida a lamentar ter desperdiçado um bem tão precioso como....um dedo.
Transpondo esta história para o nosso país, seria interessante se esta fosse uma tradição bem portuguesa....Em vez da destruição de campos de milho e das manifestações contra barragens e co-incineradoras mal localizadas, vamos...cortar dedos. Com o pessimismo português que nos assola a todos diariamente e as mil e uma razões que encontramos para nos queixarmos da vida, pés, pernas para que vos quero, corram, emigrem, para sempre, que os dedos das mãos que por cá andam não chegam para mediatizar todas as nossas insatisfações e infortúnios.
A verdade é que cortar um dedo não é de todo uma medida que afecte muito os governos. O que é uma sociedade sem um dedo? A mesma sociedade com o dono do dedo na prisão. Por muito que se tente evitar incomodar o concidadão que nada tem a ver directamente com o nosso protesto, só assim as vozes ecoam fora das pequenas esferas da sociedade civil, seja queimando carros, um método bem francês, ou pisando milho...

Afinal, onde circula em Portugal a opinião pública?