segunda-feira, 26 de março de 2007

Cabo Verde ou Cova da Moura


Sem aviões, barcos ou outros meios de transporte que impliquem grandes planos, chegámos a Cabo Verde, um morro aos altos e baixos mais conhecido entre nós por Cova da Moura. Não foi a primeira vez que tive o prazer de viajar cá dentro até à comunidade afro-portuguesa mais emblemática e bem representada de sempre, à procura dos mais puros sentimentos de empatia, compreensão e partilha. Foi sim a primeira vez que senti uma união tão forte entre as pessoas que me acompanharam até lá, àquele destino que se encontra sobretudo dentro de nós.



A viagem tem por título Sabura e como actividade principal um almoço num dos restaurantes do bairro...A nós calhou-nos a Princesa do Bairro, uma princesa tão bonita e tão escondida...Um feijão congo de chorar por mais. Horas antes, deambulámos pelas ruas do bairro à procura de linguagens imagéticas dos grandes artistas da Cova da Moura, que pintam os rostos de amigos e conhecidos nas paredes, gentes imortalizadas independentemente de terem feio o bem ou o mal.


À tarde, dois grandes momentos: sermos recebidos em casa da Liev, a pessoa que tem levado para a frente todas as iniciativas de melhoramento urbanístico e social do bairro e a grande alma da associação Moinho da Juventude; a expriência de delírio que as mulheres do batuque nos proporcionaram, aprendendo a criar sonoridades e a desprendermo-nos dos nossos ritmos ocidentais.


Sem falar dos encontros de 3º grau com a Minga dos Pasteis e principalmente tudo o que o Peter nos transmitiu ao longo do dia: genuinidade e coragem.


Por explorar ficam os projectos futuros, os sonhos e a vontade de mudar o mundo pelos pequenos actos e as pequenas grandes coisas da vida que fazem toda a diferença.


Convosco.



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