Despedida para despedir-me
Uma semana inteira sem escrever não por falta de tempo mas por vontade de dar tempo ao tempo para que a ira, a frustração e vontade de esganar alguém não se tornassem no novo tema do meu blog...
Fui sempre ao encontro de grandes desafios na vida, sem modéstias à parte. Parti de Portugal à procura de mim, à procura de respostas e, como quem já partiu também sabe, só encontrei interrogações e mais dúvidas nessa caminhada. Gostei tanto que voltei a partir até ao dia em que a adolescente virou semi-adulta e compreendeu que a paz, a satisfação diária e os pequenos prazeres da vida estavam onde eu sempre tinha vivido e não na loucura dos confrontos culturais e da agitação eminente que se sente em viagens prolongadas.
Voltei porque acreditava ser aqui que iria reencontrar-me...e não me enganei.
Mas como nem tudo são rosas e como nem todos os objectivos de vida se atingem em simultâneo (e ainda bem!), tudo até estava a correr bem quando fui assolada no início desta semana com uma verdadeira desilusão profissional.
Sim, fui despedida, sim, estou feliz por estar livre de trabalhar com uma pessoa medíocre, por dentro e por fora. Mas o que mais me preocupa é ter perdido de vez a vontade de trabalhar por terras lusas, de dar o litro por este país. De sentir que não é o profissionalismo nem o empenho que são valorizados, mas sim o medianismo e a falta de carácter. E podia estar aqui horas a dissertar sobre todas as conclusões a que cheguei esta semana...E esta viagem só agora começou.
Fui até ao Luso e agora vou para os Açores. Não há nada como sair deste rectângulo para recuperar energias e deixar fluir novas ideias para o futuro. Talvez deixe este país, mais uma vez, mas desta sem vontade de voltar, nem por aqueles que mais amo.
Porque afinal todos contribuimos para que tudo funcione assim...Também eu sou uma melhor pessoa fora daqui. Longe, com a saudade a agoniar-me e o mar guardado no canto mais precioso da memória.