domingo, 26 de agosto de 2007

Como ficar sem dedos em pouco tempo



Há poucos dias, no Japão, um militante da extrema-direita cortou o dedo mindinho e enviou-o como forma de protesto ao 1º ministro japonês por este não ter estado presente numa cerimónia que celebrava a rendição do Japão na 2ª Guerra Mundial. Para além de este ser um costume bem japonês entre os gangsteres que torturam pessoas inocentes, é uma ideia brilhante para quem quiser passar a vida a lamentar ter desperdiçado um bem tão precioso como....um dedo.
Transpondo esta história para o nosso país, seria interessante se esta fosse uma tradição bem portuguesa....Em vez da destruição de campos de milho e das manifestações contra barragens e co-incineradoras mal localizadas, vamos...cortar dedos. Com o pessimismo português que nos assola a todos diariamente e as mil e uma razões que encontramos para nos queixarmos da vida, pés, pernas para que vos quero, corram, emigrem, para sempre, que os dedos das mãos que por cá andam não chegam para mediatizar todas as nossas insatisfações e infortúnios.
A verdade é que cortar um dedo não é de todo uma medida que afecte muito os governos. O que é uma sociedade sem um dedo? A mesma sociedade com o dono do dedo na prisão. Por muito que se tente evitar incomodar o concidadão que nada tem a ver directamente com o nosso protesto, só assim as vozes ecoam fora das pequenas esferas da sociedade civil, seja queimando carros, um método bem francês, ou pisando milho...

Afinal, onde circula em Portugal a opinião pública?

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