quarta-feira, 12 de março de 2008

De regresso

Quem procura encontra...e eu procurava apenas a simplicidade que a natureza nos oferece sem pedir nada em troca, entregar-me a ela e deixar que ela me guiasse para descobrir as suas maravilhas...

Aconteceu tudo isto em São Miguel mas como eu sou fraca e por muito que, ao longo destes três dias, tenha tentado afastar-me de seres humanos, foram mais uma vez eles que acordaram aquele bicho que faz de mim um animal social emaravilhado por explicações antropológicas e históricas da vida. Por isso mostro-vos pessoas, e não paisagens...


Os romeiros percorrem quilómetros e quilómetros da ilha, de capela em capela, para pedirem a Deus que não volte a repetir-se um terramoto como o que houve no século XVI. Por isso, cantam baixinho, como quem não quer acordar as entranhas da terra, mas sim acalmá-las. 5 séculos de gerações se sacrificam pelo bem de toda uma população. É no mínimo extasiante.


Mosteiros, uma vila a noroeste de Ponta Delgada, que para além de ser a capital do polvo assado (que é de chorar por mais), é a vila onde sem pudor se consegue melhor ver como a maioria dos açoreanos daquela ilha verdadeiramente vive (em Rabo de Peixe, senti-me como uma intrusa numa terra atingida pela pobreza a todos os níveis...O Bloco de Esquerda esteve lá, escreveu muito nas paredes...mas foi só isso...). Não é apenas pobreza, é também simplicidade, vida de aldeia à beira-mar. Os brinquedos são de ontem, as gargalhadas também. Não há nada mais profundo do que ver crianças a experimentarem a vida em directo e não através de ecrãs que virtualizam a realidade.


A viagem não podia ter sido mais perfeita. Assentei ideias, escrevi muitas outras, deixei que os dias fossem comandados pela minha vontade e pelos pequenos paraísos que se foram cruzando no meu caminho. Conheci pessoas especiais, vivi momentos especiais. E agora de regresso, estou de novo com a força que precisava para encarar esta nova fase da vida pelos...cornos!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

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