
Ainda com o sabor de uma viagem recente a aguçar a vontade de sair de Lisboa, descobri uma pérola de cultura portuguesa, o Museu do Neo-Realismo, em Vila Franca de Xira.
A primeira pergunta foi a da ignorante que não recordava já o que era o neo-realismo, por muito que aquela denominação soasse a recente e a uma aproximação a autores como Émile Zola ou Máximo Gorki.
Pois não me enganei: fiquei estarrecida com todos os nomes da cultura e política portuguesas que participaram neste movimento censurado pelo regime salazarista e feliz por conhecer muitos deles através da escrita.
Mas fiquei mais feliz ainda por ver esta frase, a prevalência do conteúdo, numa exposição que se intitulava Batalha pelo Conteúdo. Finalmente há quem me compreenda. Na nossa sociedade plena de formas, aparências, virtualidades, há quem queira relembrar que tudo isto não faz sentido se não se der um sentido à vida...
Por isso agradeço a Alves Redol, Augusto Abelaira, Carlos Oiveira, Álvaro Cunhal e a todos os que lutaram por uma sociedade com conteúdo por terem...criado conteúdo, debate, discussão. Que é tudo isso o que dá sentido à minha vida.
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