A todos os que nos deixaram em 2008
Se eu morrer, sobrevive a mim com tamanha força
Que acordarás as fúrias do pálido e do frio,
De sul a sul, ergue teus olhos indeléveis,
De sol a sol sonha através de tua boca cantante.
Não quero que tua risada ou teus passos hesitem.
Não quero que minha herança de alegria morra.
Não me chames. Estou ausente.
Vive em minha ausência como em uma casa.
A ausência é uma casa tão rápida
Que dentro passarás pelas paredes
E pendurarás quadros no ar.
A ausência é uma casa tão transparente
Que eu, morto,te verei,vivendo,
E se sofreres, meu amor,
Eu morrerei novamente.
PABLO NERUDA
4 comentários:
E... como é que eu vim aqui parar? :)
Bom 2009!
Bom...isso é que eu não sei...
Astro, quem és tu que segues com tanto afinco o movimento das estrelas?
Quero chamar-te. Quero presente. Se assim não for, poderei morrer contigo.
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