sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Homenagem

Hoje, em dia de pausa no Panamá, dedico-me a prestar uma homenagem ao principal motivo que me fez realizar esta viagem, que esteve presente nas entrelinhas de tudo o que aqui escrevi, mas nem sempre de uma forma óbvia. Esse motivo é a pura e verdadeira amizade.
Sei que muitas vezes esta palavra muda de cor e sentido, que as peles que vamos vestindo na vida nos tornam mais próximos ou distantes daqueles que mais gostamos por escolha. Que nem sempre conseguimos pôr em prática as nossas ambições na amizade. 

A amizade que me levou até tão longe, até ao fim do mundo, nunca oscilou. Desde que começou - com uma oferta de uma prenda pouco explicável por palavras - nunca parou. Houve um click tão forte que, no meio das várias possibilidades de vida que fomos descobrindo na nossa jovem idade adulta, a intuição levou-nos a ir parar ao mesmo país, à Polónia, e vivermos um ano lado a lado. Ano que só veio comprovar e alimentar o sentimento genuíno e terno que nos une, sem fronteiras de tempo e espaço. Acredito que assim seja porque somos parecidas em questões fundamentais: por muitas peles que tenhamos que vestir na vida, nunca vamos vestir nenhuma que seja incompatível com o nosso ADN; porque tentamos seguir princípios, uns mais utópicos, outros menos, que não esquecemos com o passar do tempo. E sobretudo porque, como no amor, a verdadeira amizade não se explica. E numa vida tão curta como a nossa viver esse inexplicável é o que mais lhe dá prazer e intensidade.
Nada foi mais importante do que sentir tudo isto. O que vivi ali, na companhia da Rosa e do Vladi, foi um dia-a-dia doce (com os melhores pequenos almoços que podia ter!) com sabor a família, com os seus filhos Violeta e Matias a aceitarem a minha presença cada vez melhor, com o recém-chegado à família Panguy, o cão que trouxe uma nova dinâmica à casa. Todos estes dias foram na realidade os dias em que esta viagem significou descanso, mimo, tempo a passar devagar. Senti-me verdadeiramente em casa, recebida como uma princesa. E assim correram os meus doces dias em Santiago graças a estes grandes amigos que eu hei de visitar sempre!

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