terça-feira, 4 de dezembro de 2007

homenagem ao poeta da natureza

A boca,

onde o fogo
de um verão
muito antigo

cintila,

a boca espera

(que pode uma boca
esperar
senão outra boca?)

espera o ardor
do vento
para ser ave,

e cantar.
Eugénio de Andrade

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