terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Eu e os meus amigos Artistas Unidos


Vi-os muitas vezes, vestidos de todas as cores e feitios, a abraçar textos e personagens que me surpreenderam sempre. Por isso são meus amigos, porque eu sem eles não seria a mesma.


Ainda no espaço A Capital, fui a uma leitura de textos em que os actores estavam descontraidamente sentados, imóveis. Encheram o espaço frio daquele prédio do Bairro Alto com todos os ingredientes que tornam a imaginação na arma mais poderosa do universo. Lembro-me da divina Sylvie Rocha que com o seu ar sereno transmitia a amargurada vida de uma mulher desamparada.

Mais tarde - e com muitos lapsos de memória pelo meio - foi numa peça incluída no festival dos 100 dias que antecederam a Expo'98 que eu me cruzei com eles de novo. Interpretaram o Aos que nasceram depois de nós de Bertol Brecht.

E depois de me ausentar, voltei de novo para os seus braços com o Hamelin, no Convento das Mónicas, e a peça Fábrica de Nada, que me levou até um dos locais mais transformados e dinamizados de Lisboa nos últimos tempos, o Teatro da Malaposta. Uma peça absurda, sobre um tema bem actual, o desemprego, e sobre a existência de muitos nadas na vida que podem ser tudo ou mesmo mesmo nada de nada.

Estes meus amigos têm o dom de tornarem o meu sono mais tranquilo e a minha ânsia por pequenas explicações do sentido na vida satisfeita. Fazem-me parar e pensar, e não há nada mais íntimo no mundo do que deixarmos que algo nos absorva por completo para nos transformar, todos os dias, mais um pouco.

1 comentário:

Anónimo disse...

a melhor companhia portuguesa.