Foi o dia em que finalmente experimentei o Caldillo de Congrio, uma sopa de congro, que hoje é conhecida por ser o prato preferido de Pablo Neruda, que lhe dedicou um poema (aqui). Uma delícia. Dia tranquilo de preparação para o verdadeiro arrebatamento da alma humana que vivi no dia seguinte.
Não estava planeado, mas marquei uma ida à Patagónia argentina, a 400 kms de Puerto Natales, ida e volta no mesmo dia, das 6 da manhã às 23h. Só - e digo só porque é um só gigante - para passar duas horas perto do glaciar Perito Moreno. Só a viagem foi um verdadeiro prazer. Ter noção da extensão da terra neste continente, a perder de vista, com mudanças de paisagem que até agora só tinha visto na Mauritânea. A Cordilheira dos Andes a impor-se sempre, ao longe, e o campo que muda, sempre em tons castanhos. Já na Argentina, a cerca de 50 kms de El Calafate, começamos uma descida que finalmente me dá a percepção do quão alto estamos...no Chile, descemos cerca de 20 kms e aí, começámos a avistar o maior lago da Argentina, o Lago Argentino.
Seguiu-se a este longo dia uma curta passagem por Punta Arenas na Província de Magalhães. Aqui ele é rei. Domina a estátua principal da cidade - mais uma vez comprovei que ninguém sabe que ele é português... - e descobri outro pioneiro e empresário do nosso país, chamado José Nogueira, que determinou o desenvolvimento desta terra e, morrendo cedo, deixou a cargo da sua mulher, Sara Braun, todos os negócios.
Nos entretantos, como tem acontecido sempre nesta viagem, ficaram muitas pessoas: um designer inglês, dois portugueses - ele a viver no Perú, a construir a maior mina de cobre do mundo, ela de Coimbra - um casal de franceses de Paris, um chileno de Santiago, o primeiro chileno com quem pude conversar sobre o Chile e perceber um pouco melhor como se vive neste país e por fim uma japonesa jornalista que torceu o pé a fazer trekking sozinha...A última semana já começou.
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